Susan Kentish THE ABORTION BUSINESS IN BRITAIN A PRÁTICA DO ABORTO LEGAL, SUPERVISIONADO PELAS AUTORIDADES DA SAÚDE, EM UM PAÍS DE PRIMEIRO MUNDO |
APRESENTAÇÃO: COMO NASCEU ESTE LIVRO E AS POLEMICAS QUE SUSCITOU |
The Abortion Business in Britain apareceu na Inglaterra entre o fim de 1974 e o começo de 1975 e se tornou logo famoso por causa das polêmicas suscitadas. Não se trata de uma obra de ficção, mas de uma reportagem violenta, no gênero das reportagens que tornaram famoso, no seu tempo, Jack London. Como Jack London se disfarçou para conhecer mais de perto as condições sub-humanas de vida dos habitantes do East End, assim Michael Litchfield e Susan Kentish assumem personalidades falsas, para recolher testemunhos que lhes permitam desmascarar os modos escusos de proceder dos "fabricantes de anjos", num país em que o aborto é legalizado, mas não indiscriminadamente livre.Para se documentarem os dois jornalistas dialogam com seus interlocutores com um gravador escondido na bolsa dela ou na pasta dele. São mais de quarenta horas de gravação. Essas fitas foram terminar na mesa do "Select Committee", que discute a eventualidade de uma modificação do Abortion Act de 1967, a fim de restringi-la.Litchfield e Kentish foram convocados para se apresentarem diante da Comissão Parlamentar e responderem às perguntas de quinze membros desta Comissão. Qualquer que seja a conclusão da Comissão do Amendment Bill, é uma grande honra e um grande êxito que o "Select Committee" tenha levado em consideração, entre outros documentos, também este testemunho.Michael Litchfield tem hoje 37 anos (é de 1940), é casado, tem um filho de oito anos. Susan Kentish é uma morena de 30 anos (ela é de 1947), divorciada e sem filhos. Ambos são free lancers, isto é, jornalistas autônomos. Começaram a ocupar-se com o problema do aborto quase por, acaso: em fins de 1973 estavam fazendo uma pesquisa sobre a adoção e certas afirmações bastante estranhas de um médico levantaram suas suspeitas. Os resultados dessa pesquisa sobre a adoção, ligada de certa forma com o aborto, foram publicados antes em capítulos, no semanário News of the World, e logo em seguida em forma de livro. A transcrição dos diálogos é principalmente obra de Susan Kentish. Michael Litchfield faz a apresentação e a ligação das várias intervenções.Já desde a sua primeira aparição em News of the World, a pesquisa Litchfield-Kentish suscitou, juntamente com a atenção escandalizada do público, o mais compreensível desapontamento por parte de todas as pessoas envolvidas na pesquisa e, em geral, dos lobbies (grupos de pressão) pró-aborto. Três solicitações, feitas em tribunal, para que se impedisse a publicação do livro, foram rejeitadas. Dos três processos por difamação levantados contra os autores, dois já foram ganhos por Litchfield e Kentish, e o terceiro ainda está em andamento, mas os dois jornalistas estão certos de que vencerão novamente.O livro, como já se disse, é uma extensa reportagem: E tem os limites de um trabalho jornalístico: certo descuido no estilo, tendência à repetição, pressa em ordenar as idéias, que se revela num palavreado desnecessário, por vezes. Mas, a parte isso, o livro conserva muitíssimos méritos, especialmente o de dar testemunho de uma verdade incômoda. E, como afirmam os autores na sua conclusão, "o aborto só pode prosperar num clima em que as mulheres foram cegadas diante da verdade".
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