A fotografia abaixo mostra o dedo polegar de um médico segurando os dois braços do bebê cujo aborto foi realizado na página anterior. No segundo mês da gravidez a mão e o antebraço do bebê são do tamanho da unha do dedo polegar do médico.

Até o terceiro mês os ossos e as articulações do bebê, apesar de já perfeitamente formados, são carentes de cálcio e possuem uma flexibilidade característica de uma cartilagem. Quando cortados e arrastados pela cureta dobram-se facilmente como se fossem de borracha. A partir do terceiro mês de gestação os ossos do bebê começam a endurecer e tornam o aborto por curetagem e aspiração mais perigoso. Ao serem puxados pela cureta podem enganchar-se na parede do útero e romper algum vaso. Após o terceiro mês, ademais, o útero começa a aumentar muito e a ficar mais vascularizado. Mesmo que os ossos do bebê não enganchem na parede uterina, é cada vez mais facil que, ao fazer a curetagem, o próprio médico possa perfurar o útero da paciente e o desastre, quando mais avançada a gravidez e vasularizado o útero, pode ser maior. As hemorragias uterinas, mesmo em abortos feitos por médicos experimentados, são uma possibilidade sempre presente. Por este motivo é uma autêntica roleta russa submeter-se a um aborto, mesmo se realizado por um médico experiente, em qualquer estabelecimento que não conte com a retaguarda de um centro cirúrgico completo, equipado tanto com instrumentos como com pessoal médico, pronto para atender imediatamente a qualquer eventualidade. Este não é o caso, deve-se dizer com clareza, da esmagadora maioria se não mesmo da totalidade das clínicas clandestinas de aborto, ainda que sejam monitoradas por médicos experientes na prática do aborto.

Outro problema gravemente descuidado no procedimento da maioria dos abortos tem sua raíz na própria diferença entre o aborto provocado e o aborto natural e o parto natural. No parto natural a natureza sabe que o bebê está para vir à luz e vai prograssivamente alargando a entrada do útero para permitir a sua passagem. No caso de um aborto a entrada do útero deve ser aberta à força, contra a tendência do corpo que luta em conservá-lo fechado. Isto requereria que, em uma prática técnicamente correta, a entrada do útero devesse ser alargada progressivamente, mediante uma séria de instrumentos gradualmente maiores um ao outro, por cerca de meia hora, durante a qual o médico substitui, pouco a pouco, o intrumento precedente de alargamento por outro apenas ligeiramente maior. Na prática as clínicas de aborto, inclusive as que são geridas por profissionais médicos, vivem em função do altíssimo lucro que o aborto proporciona. Tudo deve ser pago antecipadamente em dinheiro vivo e em pouquíssimos minutos o médico que se dedica ao aborto ganha muito mais que todos os seus colegas em um tempo muito maior. Nenhum médico, muito menos uma curiosa, perderia trinta minutos de seu rico e precioso tempo para alargar gradualmente o colo do útero de uma paciente que irá se submeter a um aborto. O resultado é o rompimento quase que sistemático dos músculos da entrada do útero, o que faz com que, na próxima gravidez, à medida em que o feto cresce em seu peso, o aparelho reprodutor da paciente não consiga suportar o tamanho do bebê e se produza um aborto natural. Isto poderia ser prevenido em parte, depois de um aborto assim mal feito, antes da próxima gravidez, através de um procedimento chamado cerclagem. A cerclagem pode ser feita por qualquer médico obstetra, mas isto requereria que a paciente fosse avisada de antemão pelo médico que fez o aborto que ele estaria fazendo um procedimento errado porque ele está interessado apenas no seu dinheiro, o que evidentemente ele não irá fazer. Frequentemente a gestante apenas se dará conta disso ao abortar, contra sua vontade, a sua próxima gestação, dependendo da perscpicácia do profissional que vier a atender a ocorrência.




Retorna
Índice
Continua